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Oh Mother

“Ainda não era nove horas da manhã e, embora se sentisse um tanto quanto solitária ficando sozinha em seu quarto, Victoria sentia-se melhor ali. Talvez se eu ficar aqui entre as refeições, Patrícia sinta-se à vontade o suficiente para ao menos sair do quarto e levar sua vida… Diante a penteadeira, um longo suspiro. Ajeitou o arco verde-maçã no cabelo e a blusa de mesmo tom que usava para dentro de uma saia bege à altura um pouco acima dos joelhos com botões frontais e aproximou-se da porta que dava para a varanda. Abriu-a e, ao ver parte do jardim, sorriu. Perdi tanto dos meus filhos… Deviam correr por tudo isso e brincar com as flores, com a grama… Será que ainda posso ser mãe deles sem nada disso ter acompanhado?

Seus olhos encheram-se de lágrimas e viu-se obrigada a respirar fundo para conte-las. Não devo pensar no que não foi, tenho de me concentrar no que será e no que virá… Suspirou e sentou-se na varanda, abrindo um livro. Não conseguiu prosseguir com a leitura; batiam a sua porta. O que terá acontecido para que Alice me procure? Já decidimos o que será servido no almoço… Preocupada, pôs de lado o livro e retornou ao quarto. Ao abrir a porta, silêncio. Nenhuma palavra, olhares emocionados e um forte e demorado abraço. Mãe e filha enfim se aproximavam.”

(Trecho de “Primavera” – por Thaís Gualberto)

Mãe que é mãe, mesmo quando, por obra do destino, distante, não esquece jamais seus filhos. Mãe que é mãe é sempre a melhor do mundo na opinião de seus filhos. Mãe que é mãe tem defeitos, mas qualidades muito mais veementes que estes.

Estou um pouco atrasada, mas nunca é tarde para dizer:

mãe, eu te amo!

trilha sonora: “I Turn to You” – Christina Aguilera